quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Itamonte-MG: Delegado chefe diz que o outro Delegado agiu por impulso e já voltou ao normal

Ilustração e texto via BLOG DA RENATA
CONSTRANGIMENTO
A circulação de uma mensagem na internet escrita por um delegado que participou da operação em Itamonte gerou constrangimento entre as polícias Militar e Civil de Minas. No texto, o policial André Barleta, de São Lourenço, também no Sul mineiro, narra detalhes da atuação de colegas na operação. Na versão do delegado, militares se esquivaram do confronto e apareceram somente uma hora depois, para tirar fotos e cumprimentar os policiais civis. O texto gerou reação da PM, que rebateu comentários de Barleta, afirmando que a operação foi uma ação conjunta entre militares, civis de Minas e São Paulo e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No depoimento pós-confronto, Barleta descreve as equipes paulistas que atuaram em Minas na operação como “grupos da elite da PC-SP que inicialmente estavam meio de narizinho em pé conosco”. Segundo ele, ao final da ação os paulistas olhavam para os policiais civis de Minas com admiração. Ele estendeu suas críticas à Superintendência da Polícia Civil mineira, por falta de munição, equipamentos e armamento reserva para policiais que atuam em confrontos, operações ou em viagens.

A resposta da PM partiu do chefe da assessoria de comunicação da corporação, tenente-coronel Alberto Luiz. Ele classificou o texto de Barleta como “deselegante” e “de mau gosto” e reforça que a PM atuou de forma conjunta com as polícias Civil de Minas e São Paulo, além da PRF. “O trabalho foi integrado. Naquele caso, não havia uma divisão de tarefas. Todas as ações eram conjuntas. Ninguém é melhor do que ninguém. Fizemos o nosso trabalho”, disse o oficial, atestando que um dos militares envolvido na operação chegou a perder parte do braço em ação. O tenente-coronel frisou ainda que não há mais espaço para rixas entre as corporações. “Temos respeito pela Polícia Civil, que tem um papel grandioso e significativo. Mas não gostamos de comentários equivocados e desagradáveis.”

O delegado André Barleta foi procurado ontem pelo Estado de Minas, mas não foi localizado nem retornou as ligações. De acordo com o delegado João Euzébio, chefe do 17º Distrito Policial de Pouso Alegre, ao qual pertence a Delegacia de São Lourenço, o colega agiu por impulso. “Ele estava um pouco perdido, mas já voltou ao normal. Eu era um dos que estavam à frente da operação e a PM atuou ativamente com a Civil de Minas e de São Paulo”, disse. O delegado do Deic, Ruy Fontes, também afirmou que todas as corporações agiram em conjunto.

As críticas também foram rebatidas pelo Superintendente da Polícia Civil em Minas, delegado Jeferson Botelho. Segundo ele, a gestão da corporação é pautada pelo respeito e investimento em equipamentos e armamentos que garantam boas condições de trabalho aos policiais.

Estado vai expandir parcerias

O episódio de Itamonte, no Sul de Minas, vai ter um caráter preventivo e pedagógico, na opinião do secretário de estado de Defesa Social (Seds), Rômulo Ferraz, pelo fato de a quadrilha desmantelada já ter atacado agências bancárias de nove municípios mineiros e 14 paulistas. Ferraz anunciou que Minas vai unir forças como os estados da Bahia e Espírito Santo, a exemplo da parceria feita há um ano com São Paulo e Rio de Janeiro, para conter o crime organizado.

Rômulo Ferraz afirmou que os trabalhos das polícias estarão concentrados principalmente no Triângulo Mineiro e Sul, regiões em que facções criminosas transitam pelas divisas praticando delitos, entre eles a explosão de caixas eletrônicos, que vem se tornando frequente.

Segundo Ferraz, há um ano foi lançada a Operação Divisas, feita uma vez por mês em mais de 100 pontos do estado em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. Em 2012, disse o secretário, foi adotada uma estratégia para conter a explosão de caixas que não foi bem sucedida. “Estávamos nos concentrando muito no comércio de explosivos. Infelizmente, conter esse aspecto é mais complexo, porque demanda um trabalho conjugado, que é mais difícil, com o próprio Exército Brasileiro”, explicou.

Em 2013, a estratégia mudou. “Passamos a buscar mais o trabalho de inteligência e monitoramento dessas quadrilhas.” Também no ano passado, segundo ele, foi criada uma equipe especial do Deoesp para apurar esse tipo de crime. As explosões de caixas diminuíram 17% no segundo semestre, afirmou. COMENTE>>>>

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