quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Policiais militares da Venezuela são indiciados por agressão a jovens

27/02/2014 03h15 - Atualizado em 27/02/2014 04h09

Eles atuavam em Carabobo e são acusados de agredir 11 jovens.
Segundo Ministério Público, 55 pessoas permanecem detidas.

Agencia EFE
Manifestantes empunham cartazes com os nomes das vítimas em protestos na Venezuela nesta quarta-feira (26). (Foto: Pedro Guzman/AFP) 
Manifestantes empunham cartazes com os nomes das vítimas em protestos na Venezuela nesta quarta-feira (26). (Foto: Pedro Guzman/AFP)
Três membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), a Polícia Militar da Venezuela, foram indiciados em Carabobo, no centro do país, por agressão contra 11 jovens, entre eles Juan Manuel Carrasco, que denunciou ter sido empalado com um fuzil, informou nesta quarta-feira (26) a promotoria.
O Ministério Público informou em comunicado que, neste momento, 55 pessoas permanecem detidas, entre elas, 11 funcionários das forças de segurança por casos de violência, inclusive homicídios, relacionados com os protestos que acontecem no país desde 12 de fevereiro.
O MP afirmou que no estado de Carabobo, no centro do país, "foram indiciados três efetivos da Guarda Nacional Bolivariana, por supostas agressões contra 11 jovens, entre eles Juan Carrasco".
O jovem Carrasco confirmou nesta quarta-feira em sua denúncia que um fuzil foi introduzido em seu ânus por funcionários da GNB depois que foi detido em um protesto, e rejeitou as palavras da procuradora-geral, Luisa Ortega, que negou esse suposto crime.
"O Ministério Público, como instituição fiadora da legalidade, ratifica seu compromisso irrestrito com o respeito e a garantia dos direitos humanos de todos os venezuelanos", disse o comunicado.
Detidos
A promotoria explicou que entre os detidos estão 11 funcionários de diferentes forças policiais, por supostamente terem cometido violações dos direitos fundamentais, entre outros crimes.
Oito deles são funcionários do Serviço de Inteligência (Sebin) e foram acusados da morte de dois jovens no dia 12 de fevereiro, no início dos protestos que se repetiram por todo o país. Outros dois da Polícia Municipal de Chacao, em Caracas, e um policial de Mérida, no oeste do país.
Por outro lado, declarou que os promotores da instituição 'garantiram o devido processo e demais direitos constitucionais de todas as pessoas acusadas'.
Acrescentou que 'coordenaram a prática oportuna dos exames de corpo de delito a todos os detidos e as vítimas dos incidentes recentes de violência ocorridos no país'.
A procuradora-geral reiterou nesta quarta-feira que as autoridades agem com respeito aos direitos humanos e garantiu que se algum funcionário cometer algum excesso será punido.
'Pode ocorrer que alguém cometa algum excesso e viole os direitos humanos, mas estamos punindo essas pessoas. Aquele que violar os direitos humanos será punido de acordo com a Constituição e a lei', afirmou Luisa ao discursar na Conferência de Paz lançada hoje pelo presidente Nicolás Maduro.
A Venezuela se encontra imersa em uma onda de protestos desde que três jovens morreram no último dia 12 em incidentes de violência após uma manifestação pacífica de estudantes e opositores em Caracas.
Até o momento, 13 pessoas morreram em incidentes relacionados com os protestos, mas, segundo versões de imprensa, este número chega a 16, além de mais de 150 feridos.

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