Guerra virtual
Mensagens anônimas chegam aos usuários pelo telefone, vindas de números de fora do país
PUBLICADO EM 11/06/14 - 03h00
Proibido pela Justiça Eleitoral de ser veiculado nas inserções do PTB
na televisão, o vídeo que mostra o pré-candidato do PT ao governo de
Minas, Fernando Pimentel, recebendo apoio do ex-governador Newton
Cardoso (PMDB) encontrou outro espaço para ser compartilhado e atingir
de forma mais direta os eleitores: o WhatsApp.
Usuários do aplicativo de celular – de troca de mensagens instantâneas –
que vivem em Minas Gerais e até em outros Estados têm reclamado nos
últimos dias de ter recebido o vídeo de números desconhecidos – e com
código de área de outros países, como dos Estados Unidos, do Egito, das
Ilhas Maurício e das Ilhas Cayman.
As mensagens são enviadas de forma massiva por meio de uma ferramenta digital, prática vetada pelo próprio aplicativo.
Para que a Justiça analise se há indício de crime eleitoral no fato, é
preciso que haja uma denúncia. Contudo, até agora, nem o Tribunal
Regional Eleitoral (TRE), nem o Ministério Público Eleitoral foram
provocados sobre a prática. A assessoria de imprensa de Pimentel disse
que o setor jurídico do PT vai analisar o que pode ser feito, já que a
veiculação do vídeo na TV foi suspensa.
De acordo com o promotor eleitoral Edson Rezende, identificar
irregularidades eleitorais por meio do WhatsApp é uma tarefa mais
complicada, já que exige mobilização de analistas de informática e uso
minucioso dos recursos tecnológicos. Mesmo com essas dificuldades, é
possível chegar ao responsável pela divulgação da mensagem. Esse tipo de
investigação já foi utilizada pelo Ministério Público para identificar
um pedófilo que utilizava o aplicativo para compartilhar imagens de
menores.
“Teríamos que fazer o mesmo caminho. O problema é que depende do perfil
da pessoa que denunciar a prática, já que os técnicos analisam o
celular, vasculham todas as mensagens que são compartilhadas. São, no
mínimo, 30 dias de trabalho para chegar à comprovação do crime”, explica
Rezende.
Ainda segundo o promotor, o fato de o número ser registrado em outro
país não impede a investigação. “A pessoa que comete o ilícito dentro do
Brasil, relativo a uma eleição brasileira, pode ser investigada, sim,
desde que alguém traga a informação ao Ministério Público”, esclarece.
A reportagem entrou em contato, por e-mail, com o WhatsApp para
questionar o uso massivo das mensagens e se o usuário poderia bloquear o
conteúdo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Aplicativo
Criado nos Estados Unidos, o WhatsApp
anunciou, em fevereiro, que tem 38 milhões de usuários no Brasil, um dos
maiores mercados do aplicativo. São 400 milhões em todo o mundo.
Bate-boca
“A campanha começou suja. O PTB de Minas é um PTB vendido. Aqui (em
Brasília), o PTB é bem representado, por gente séria. Mas em Minas
Gerais, por um crápula, cachorro e moleque: Dilzon Melo.”
Newton Cardoso - Dep. Federal (PMDB-MG)
“Tudo o que ele (Newton) disse são inverdades. Não quero criar polêmica
com ele, com quem eu convivo há 30 e tantos anos. Ele se ofendeu com
uma coisa que era pública em Contagem (o vídeo levado à propaganda do
PTB na TV) e usou a tribuna para exalar o ódio dele, mas sem
justificativa. Ele não foi ofendido.”
Dilzon Melo - Presidente do PTB-MG
Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/v%C3%ADdeo-de-pimentel-e-newton-%C3%A9-disparado-pelo-whatsapp-1.862088
Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/v%C3%ADdeo-de-pimentel-e-newton-%C3%A9-disparado-pelo-whatsapp-1.862088
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