31/07/2014 07:49 - Atualizado em 31/07/2014 07:49
Raquel Ramos - Hoje em Dia
Samuel Costa/Hoje em Dia
Estudo sobre o uso da internet foi realizada no Brasil e em outros oito países
Que atire a primeira pedra quem nunca se valeu da internet para espiar
os passos do parceiro. Pelo menos no Brasil, a prática é bastante comum,
como mostra um estudo realizado pela AVG Technologies (empresa
fabricante de softwares de segurança para computadores e dispositivos
móveis). As pesquisas atestaram que 66% das pessoas assumiram já ter
consultado, pelo menos uma vez, o histórico de acesso dos cônjuges.
Para especialistas, essa é uma prova de que, quando se trata de
internet, muita gente ainda não aprendeu os limites do que é público e
privado. “Com a tecnologia, o que antes era considerado vida particular
se tornou acessível a outras pessoas. Ao mesmo tempo que os internautas
querem a intimidade preservada, expõem-se demais nas redes sociais ou
deixam pistas no computador”, observa Sylvia Flores, psicóloga e
professora no Centro Universitário Newton Paiva. De certa forma, afirma
ela, é como se o usuário desse permissão para ser vigiado.
Mesmo que o comportamento seja mal visto, há quem reconheça não
conseguir conter os impulsos. A arquiteta Luisa Guimarães, de 29 anos,
por exemplo, considera-se especialista em espionar a vida alheia. Já
vistoriou e-mails e rede social de um ex-namorado e, agora, está de olho
no Facebook de André, com quem se relaciona há mais de dois anos.
Ciumenta assumida, chegou a marcar a conta do rapaz na rede social como
“melhor amigo”, só porque o recurso lhe permitia saber as fotos que ele
curtia, comentava ou até mesmo as novas amizades virtuais que fazia.
“Uma vez, bisbilhotei o e-mail de um namorado e descobri que ele
trocava mensagens com outras meninas”, lembra. A briga foi feia. E não
foi a única em que ela se meteu por causa da internet.
Atualmente, Luisa garante estar mais contida. Com uma terapia iniciada
há dois meses, percebeu que o vício de espreitar os parceiros pela
internet é alimentado pela insegurança em si mesma. “Não tenho orgulho
da forma como agi”.
Psicóloga clínica e professora da PUC Minas, Heloisa Cançado Lasmar
acredita que atos como esse eram mais facilmente reprimidos no passado.
Com a internet, porém, transformam-se, rapidamente, em compulsão. “O que
está em jogo é a possibilidade de controlar. Mas a espiada que dou no
Facebook agora não me garante que, nos próximos cinco minutos, nada
tenha mudado”.
FONTE DE CONFLITOS
Graziela Veloso, de 26 anos, também faz parte do grupo de pessoas que
já investigaram os passos virtuais do companheiro. Após se casar, em
2011, passou a compartilhar o mesmo computador com Emerson e, vez ou
outra, confessa, monitorava as conversas do marido. “Com o consentimento
dele”, ressalta.
No entanto, o comportamento deixou de ser saudável, durante um período
em que estavam separados. Nessa época, ela percebeu que a senha do
Facebook dele estava salva no celular por causa de outro aplicativo.
Silenciosamente, passou a vigiar os lugares para onde Emerson saía, bem
como as pessoas com quem andava. No entanto, não podia sequer reclamar
para não ser descoberta.
Hoje, as intrigas foram superadas. Junto novamente, e com um bebê de 1
mês, o casal optou por dividir o mesmo perfil no Facebook. “Ele propôs e
eu topei. Não queremos fazer da rede social um novo motivo para briga”.
Controle dos filhos
Segundo a pesquisa da AVG Technologies, a preocupação dos brasileiros
com a vida online do companheiro é maior que o interesse dos pais em
verificar o histórico de acessos dos próprios filhos. Apenas 44% das
pessoas admitiram ter feito alguma vistoria para descobrir o que
crianças e adolescentes fazem na rede.
Isso não quer dizer que o uso da internet não passa por nenhum tipo de
controle. Pelos estudos, 95% dos pais disseram já ter conversado com os
filhos sobre como se comportar no mundo online.
O principal assunto, citado por 47% dos entrevistados, é o tempo de
permanência diante do computador. Outro tema abordado por 45% dos pais é
o uso da internet apenas quando a criança estiver sob a supervisão de
um adulto. Além disso, 43% das pessoas já recomendaram que os filhos só
visitem os sites que foram previamente definidos entre eles.
Segundo a pesquisa da AVG Technologies, a preocupação dos brasileiros
com a vida online do companheiro é maior que o interesse dos pais em
verificar o histórico de acessos dos próprios filhos. Apenas 44% das
pessoas admitiram ter feito alguma vistoria para descobrir o que
crianças e adolescentes fazem na rede.
Isso não quer dizer que o uso da internet não passa por nenhum tipo de
controle. Pelos estudos, 95% dos pais disseram já ter conversado com os
filhos sobre como se comportar no mundo online.
O principal assunto, citado por 47% dos entrevistados, é o tempo de
permanência diante do computador. Outro tema abordado por 45% dos pais é
o uso da internet apenas quando a criança estiver sob a supervisão de
um adulto. Além disso, 43% das pessoas já recomendaram que os filhos só
visitem os sites que foram previamente definidos entre eles.
O mesmo questionário feito no Brasil também foi aplicado na Austrália,
Canadá, França, República Tcheca, Alemanha, Nova Zelândia, Reino Unidos e
Estados Unidos. O mesmo questionário feito no Brasil também foi
aplicado na Austrália, Canadá, França, República Tcheca, Alemanha, Nova
Zelândia, Reino Unidos e Estados Unidos.