Chuva estará na média histórica nos próximos dois meses, mas o volume ainda será aquém do necessário
Capital teve ontem novo recorde de temperatura máxima: 36,2°C
PUBLICADO EM 16/10/14 - 03h00
O governo de Minas divulgou nesta quarta o plano de prevenção para o
período chuvoso, porém a preocupação principal continua sendo a seca,
que já levou 155 municípios a decretarem situação de emergência. A
previsão é que este outubro termine como um dos mais secos da história
do Estado. Segundo meteorologistas, em novembro e dezembro deve chover
dentro da média histórica em Minas, 227 mm e 339 mm, respectivamente,
mas isso não será suficiente para reverter a situação deixada pela
estiagem.
Nesta quarta, Belo Horizonte voltou a registrar a temperatura mais alta
do ano, 36,2°C. A umidade do ar chegou a 15%, mas melhorou no fim da
tarde por causa de chuviscos em algumas regiões. Porém, o volume de água
não foi significativo. A média histórica de chuva na capital neste mês é
de 123 mm, mas até nesta quarta não saiu de 0 mm.
Conforme o meteorologista Claudemir Azevedo, do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), chuvas significativas só devem ocorrer mesmo em
novembro. “Outubro deve fechar com um dos menores índices de chuva da
série histórica. Em novembro e dezembro deve chover dentro da média, com
concentração dos temporais principalmente em dezembro”, disse.
O coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre
Lucas, afirma que, para reverter o quadro da seca, seria necessário que
chovesse acima da média. “A concentração de chuva em dezembro sempre é
um problema em função dos riscos de desastres. Mas precisamos de um
verão mais chuvoso do que o normal, senão a seca no ano que vem será
ainda pior, e a estiagem também traz problemas sérios, como a falta de
água” afirmou.
Prevenção. A Defesa Civil do Estado já se prepara para dar respostas em casos de desastres provocados por enchentes. A novidade
deste ano é que nove das 14 regiões mineiras vão contar com um ponto de
apoio completo, com equipes de atendimento e depósitos com materiais de
limpeza, colchões e mantimentos.
.“Com esses pontos, se houver uma
tragédia no Vale do Rio Doce, não será necessário que a ajuda saia de
Belo Horizonte, por exemplo”, explicou o coordenador da Defesa Civil do
Estado, coronel Alex de Melo. O governo de Minas irá investir R$ 3
milhões neste período chuvoso para atender as cidades atingidas
Saiba mais
Incidência. As
nove regiões de Minas que vão receber os pontos estratégicos de Defesa
Civil são as que concentram os maiores volumes de chuvas e,
consequentemente, os maiores números de ocorrências. Neste ano, contarão
com o sistema as regiões metropolitana de Belo Horizonte, Central, Sul,
Zona da Mata, Campo das Vertentes, Vale do Mucuri, Vale do
Jequitinhonha, Vale do Aço e Vale do Rio Doce.
De fora . As regiões que ainda não contam com o sistema são Norte, Centro-Oeste, Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste.
Histórico. No
período chuvoso passado (2013/2014), 155 cidades foram atingidas por
estragos causados pelos temporais, sendo que 106 delas decretaram
situação de emergência. Os principais problemas enfrentados foram os
deslizamentos de terra, responsáveis por 44% das ocorrências. Em
seguida, aparecem os desabamentos de casas e estruturas (26%) e
enxurradas (22%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário