terça-feira, 7 de abril de 2015

BR 381: Obra pode parar porque verba foi para ‘outras prioridades’


Recurso pago pelo governo federal foi colocado em caixa único de consórcio e dinheiro acabou, diz Fiemg


Obras BR 381
Punição. Dnit recusou proposta de retomada parcial das intervenções e pode, em último caso, suspender contrato com consórcio
PUBLICADO EM 07/04/15 - 03h00
Prometida há décadas, a duplicação da BR–381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Rio Doce, pode não sair do papel mais uma vez. Isso porque o consórcio Isolux-Corsán/Engevix – responsável por quatro dos 11 lotes de obras – teria usado o dinheiro repassado pelo governo federal em “outras prioridades” pelo país e agora não teria como arcar com as intervenções. A informação é da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) Regional Vale do Aço, que acompanha oficialmente os trabalhos.
“A alegação da Isolux é que o recurso foi para um caixa único e acabou sendo usado em outras prioridades de pagamento da empresa, prejudicando o pagamento aos fornecedores regionais”, afirmou Luciano Araújo, que é presidente da seção regional da Fiemg e coordenador do Movimento Nova 381.
Diante da pressão das empresas, o consórcio fez uma proposta de retomada das obras ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), mas ela foi recusada porque contemplava apenas serviços de drenagem, e não o cronograma completo. O órgão federal informou ontem que a empresa será notificada da decisão e que, se o descumprimento do trabalho se mantiver, o contrato pode até ser suspenso. “Drenagem é pouco. Uma obra como essa, aguardada há tantos anos pela sociedade, precisa de muito mais”, opinou Luciano Araújo.
A Isolux-Corsán/Engevix alega que ainda não recebeu todo o dinheiro pendente do Dnit. O consórcio é responsável por quatro lotes (1, 2, 3.1 e 6) – outros dois (4 e 5) têm apenas a Isolux como contratada. O atraso compromete principalmente os lotes 1 e 2, entre Governador Valadares e Jaguaraçu, no Vale do Aço, que receberam ordem de serviço em maio, mas ainda estão em fase inicial de execução dos trabalhos.
Suspensão. O TEMPO tem mostrado, desde o início do ano, os problemas envolvendo o financiamento da obra. Do segundo semestre de 2014 até o início deste ano, a União atrasou os repasses para a duplicação. Com os pagamentos regularizados, cerca de 30 empresas contratadas pelo consórcio informaram que continuavam sem receber recursos. No início de abril, elas deram um prazo até esta semana para a regularização, sob pena de paralisação total das obras e de fechamento da rodovia.

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