quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pimentel vai resgatar o Palácio da Liberdade e governar apenas no Liberdade

 

30/04/2015

Ainda não se sabe qual é o projeto do atual governo na cultura mineira, para colocar no lugar daquele que começa a ser desmontado, o Circuito Cultural da Praça da Liberdade. A precipitação começou pelo desfazimento, sem aviso prévio ou respeito ao direito autoral, da exposição instalada no Palácio da Liberdade sobre a história política de Minas e de seus governadores, por uma razão administrativa. O governador Fernando Pimentel (PT) pretende resgatar a força política do maior partido de Minas Gerais, o PL (leia-se Palácio da Liberdade), fazendo dele seu local de trabalho, como, aliás, já vem fazendo. Nesse caso, despachos administrativos não combinam com visitação pública, que desde a posse dele está suspensa.
Além da indagação sobre o futuro da cultura, outra se faz necessária neste momento. Qual será o futuro da Cidade Administrativa, atual sede do governo estadual construída na MG-10 (Norte de BH) pela bagatela de R$ 1,5 bilhão? Um secretário atual já propôs a venda pelo mesmo valor. Pode-se discutir o investimento bilionário e até o desconforto e as precárias condições a que são submetidos os funcionários públicos, sem um transporte e alimentação de qualidade. Mas seu conceito é o da modernização e centralização administrativa, que, há mais de 20 anos, é adotado pelas grandes corporações em nome da racionalidade e otimização de custos que o poder público sempre ignorou.
Tudo indica que teremos o governador enfurnado no Palácio da Liberdade, mas seus secretários terão que atravessar a cidade para despachos de rotina e extraordinários. Se esquecerem algum papel, então, é melhor adiar. Durante a campanha eleitoral, Pimentel foi um crítico constante da centralização administrativa representada pela nova sede, mas não há em todo o mundo quaisquer referências bem-sucedidas de descentralização ante o superior desenvolvimento da tecnologia.
Criar unidades administrativas regionais e levar funcionários para o interior, em um estado continental como Minas Gerais, trariam custo maior do que usar um avião e mobilizar de estrutura de governo para determinada região. Para quem gostar de viajar, então, seria muito bom. Exemplos de cidade administrativa, ao contrário, existem aos montes. O primeiro, e mais clássico, é o de Brasília, feito por um mineiro e um comunista. O ex-governador ACM foi um dos primeiros seguidores, e o PT, que já está no terceiro mandato na Bahia, parece ter aprovado.
Antes que reaja a oposição, que, nesse ponto, parece ter cochilado, seria bom definir os projetos para a Cultura e para a Cidade Administrativa. Caso contrário, daqui a pouco, o espírito do ex-governador Itamar Franco (99-2002) pode baixar por aí e alguém inventa de mandar a PM ocupar o aeroporto de Cláudio (Oeste).

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