22/09/2015
às 3:15Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
Ai, ai…
A
presidente Dilma escalou seus múltiplos coordenadores políticos — e quem
tem muitos não tem nenhum — para tentar barrar o avanço do debate do
impeachment. Giles Azevedo, seu assessor pessoal, está na força-tarefa,
integrada ainda, segundo informa a Folha, pelos ministros Gilberto
Kassab (Cidades), Kátia Abreu (Agricultura), Ricardo Berzoini
(Comunicações) e Edinho Silva (Comunicação Social). Esses são ministros
que, considera-se, têm um transito suprapartidário.
Convenham: bastaria ter um chefe da Casa Civil que fosse digno do nome, e a interlocução estaria garantida. Mas cadê?
A situação
de Dilma é de tal sorte difícil que só restaria ao PT o apoio
incondicional à presidente. E não! Não me refiro a essa bobajada de
chamar de golpe a possibilidade do impeachment. Isso não vai se
transformar numa verdade só porque repetido por aí à náusea. O governo
já deve ter percebido, a essa altura, que essa conversa não cola.
O que é
realmente estupefaciente é que, mesmo Dilma no fio da navalha, o PT
tenha reunido nesta segunda seu conselho político para… atacar as
escolhas econômicas da presidente.
Entendam
bem: ministros que nem petistas são, como Kátia e Kassab, empenham-se em
tentar convencer parlamentares da inconveniência do impeachment. O
Planalto, por sua vez, articula o adiamento da votação dos vetos
presidenciais. Joaquim Levy, ministro da Fazenda, vai a Renan Calheiros
(PMDB-AL), presidente do Senado, tentar convencê-lo da necessidade
imperiosa de aprovar o pacotão.
Não
obstante, um certo “Conselho Político” do PT — formado pelo próprio
Lula; pelo presidente do partido, Rui Falcão, por Fernando Haddad,
prefeito de São Paulo; por Tião Viana, governador do Acre, e pelos
escritores Eric Nepomuceno e Fernando Morais — se reúne para atacar a
política econômica da presidente.
Falcão deu a receita do partido:
“Como PT já havia diagnosticado, é importante que haja mudanças na política econômica, iniciando com queda da taxa de juros e promovendo mudanças tributárias maiores do que estão propostas. No médio prazo, uma grande reforma tributária que torne o sistema mais justo. Que os impostos incidam mais sobre a propriedade e a riqueza e menos sobre a produção e os salários”.
“Como PT já havia diagnosticado, é importante que haja mudanças na política econômica, iniciando com queda da taxa de juros e promovendo mudanças tributárias maiores do que estão propostas. No médio prazo, uma grande reforma tributária que torne o sistema mais justo. Que os impostos incidam mais sobre a propriedade e a riqueza e menos sobre a produção e os salários”.
Ah, bom, agora ficou claro!
Dilma
deveria procurar seus inimigos dentro do PT, não é mesmo? Os que ele
costuma atacar, classificando-os de golpistas, são apenas adversários
políticos, conforme prevê a democracia.
Os sabotadores estão em sua própria legenda. E o Lula é o chefe. Disso também.
Tags: Governo Dilma, PT
Nenhum comentário:
Postar um comentário