quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mineiros de volta à migração

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/m-blogs/editorial-1.232858/mineiros-de-volta-%C3%A0-migra%C3%A7%C3%A3o-1.348285 
23/09/2015
A crise brasileira registrou mais um recorde ontem, com o dólar superando os R$ 4. Foi a maior cotação desde a criação do Plano Real, em 1994. Enquanto o Brasil vê sua moeda se liquefazer, a economia norte-americana vai de vento em popa, após a recuperação do baque ocorrido em 2008, com a explosão da bolha imobiliária que desarranjou o mercado financeiro norte-americano.
Como a maior economia do planeta sabe reagir a crises, e seus políticos têm em seu encalço as pressões da população para que tomem medidas corretas e não demagógicas, o país do Norte superou rapidamente suas dificuldades e vem crescendo trimestre após trimestre. Algo que é inversamente contrário ao que vem acontecendo a um imenso país do hemisfério Sul.
Esses motivos parecem ser suficientes para que seja observado um fenômeno bem característico dos mineiros, a migração para os EUA. Mais especificamente a região Leste do Estado e seu epicentro, Governador Valadares. A migração de valadarense e vizinhos para o país do Norte vem desde a década de 1960, mas foi ganhando importância com o passar dos anos.
Conforme reportagem nesta edição, calcula-se que pelo menos 40 mil dos 260 mil habitantes da cidade estejam no exterior, principalmente nos EUA. Mas essa é uma população flutuante, que aumenta em períodos de economia forte lá e fraca aqui, e diminui quando acontece o contrário. Até 2008, por exemplo, houve um fluxo de retorno à terra natal, porque a economia brasileira vivenciava um período de bons ventos com a valorização das commodities, sobretudo minério, soja e petróleo.
Mas o propósito da maioria dos leste-mineiros que emigram é fazer um “pé de meia” em terras norte-americanas e voltar ao Brasil para abrir um negócio próprio ou ajudar os familiares. Mas esse investimento não tem saído barato. Conforme mostra a reportagem, chega a custar R$ 60 mil a contratação dos “serviços” de um “coiote”, que é o guia que levará o aventureiro na perigosa travessia pelo deserto para atravessar a fronteira do México com os EUA.
Em 25 de agosto de 2010, foram encontrados os corpos de 72 imigrantes clandestinos na zona rural de Tamaulipas, no México, perto da fronteira. Dois dos mortos eram brasileiros, moradores do Leste de Minas. Foram executados por quadrilhas do tráfico de drogas mexicano.

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