"Alteri ne facias quod tibi fieri non vis"
Não faças aos outros o que não queres que te façam
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Operador do PMDB cita pagamento de R$ 2 milhões para quitar dívida de nora de Lula, diz TV
Fernando Baiano diz que dinheiro foi repassado a pedido do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente
- Atualizado em
O
lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou que
pagou 2 milhões de reais para quitar uma dívida de uma das noras do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Operador do PMDB no petrolão,
ele disse que o repasse foi cobrado por um amigo de Lula, o pecuarista
José Carlos Bumlai, de quem buscou auxílio para favorecer a empresa OSX
na exploração do pré-sal. Soares fez essa declaração à força-tarefa da
Operação Lava Jato no mês passado, em acordo de colaboração premiada,
segundo o Jornal Nacional, da TV Globo.
Conforme o telejornal, Baiano explicou aos investigadores que
trabalhava para que a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista,
fosse convidada pela SeteBrasil a participar de contratos que seriam
fechados com a Petrobras. Para tanto, Baiano contou que pediu a ajuda de
Bumlai e que o próprio Lula fez reuniões com a cúpula da SeteBrasil em
favor da OSX.
As tratativas, contudo, não deram certo, mas José Carlos Bumlai teria
cobrado mesmo assim uma comissão de 3 milhões de reais para pagar a uma
nora de Lula - ela teria uma dívida, uma parcela de um imóvel, a ser
quitada. Segundo a TV Globo, Baiano afirmou ter repassado 2 milhões de
reais a Bumlai por meio de um contrato falso de aluguel de equipamentos
de uma companhia do empresário.
Lula negou ao telejornal ter atuado como intermediário de empresas e
disse que nunca autorizou Bumlai a fazer lobby em seu nome. Segundo o
petista, nenhuma de suas quatro noras recebeu dinheiro de Baiano. Leia também: Delator relata entrega de R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo para Cunha, diz TV Lobby - Nesta quinta-feira, Lula teve de dar
esclarecimentos ao Ministério Público sobre as nebulosas articulações
que fez ao longo dos anos em benefício de companhias nacionais. Como
esperado, negou ter interferido no Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) em favor da empreiteira Norberto Odebrecht,
cujos executivos integram a extensa lista de réus da Lava Jato. Ainda
assim, o petista tentou justificar o lobby feito em favor de empresas
brasileiras e disse que "sempre procurou ampliar as oportunidades de
divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de
empregos e de divisas para o Brasil". (da redação)
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