sábado, 19 de dezembro de 2015

Anastasia critica PT e diz que Brasil chegou a situação 'praticamente de paralisia'

por Rádio Itatiaia em Jornalismo / Atualizado
Foto: Matheus de Oliveira/Itatiaia
O senador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) comentou, em entrevista exclusiva à Itatiaia, nesta sexta-feira, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O tucano declarou que o PT em momento algum chamou a oposição para dialogar sobre o país neste momento de crise política e econômica.
Questionado se a atual fase pela qual passa o Brasil não seria motivo para uma aproximação entre a situação e a oposição, ele disse que, quando Dilma venceu a eleição presidencial, em outubro de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB/MG) ligou para ela. Entretanto, não houve "qualquer mínimo gesto de proximidade" por parte do governo federal.
"O PT, aparentemente, tem uma posição de arrogância, se considera melhor que os outros. Então, é óbvio que quem tem que procurar a oposição é o governo. Eu próprio votei várias medidas do ajuste fiscal, no Congresso, a favor do governo, evitando a piora [da crise]", afirmou.
Ele disse, ainda, que o PT é quem se coloca contra Dilma nas questões que envolvem as finanças do país. "Quando chega uma proposta do governo na área econômica, sabe quem é o primeiro a atacar a proposta? O PT. Então, é o próprio partido da presidente que ataca o governo. Então, isso torna inviável a manutenção numa situação como essa."
Anastasia destacou que é necessário, no processo de impeachment, que o acusado tenha o direito à defesa. "Eu sou muito ameno, respeito as pessoas. Muitas vezes, somos adversários políticos, mas não somos inimigos. Não tenho nenhuma inimizade, nem com a presidente, nem com o governador de Minas, mas, no caso do governo federal, é que nós chegamos, lamentavelmente, a uma situação de praticamente paralisia do país. Esse é o nosso medo", apontou.
Congresso
Para o parlamentar, 2015 tem sido um ano "para se esquecer sob o ponto de vista político, um ano trágico". Ele admite a falta de legitimidade do Congresso Nacional. "Temos que aproveitar a crise, fazer do limão uma limonada, e fazer as modificações necessárias, de reforma política, de melhoria das questões de financiamento [de campanha] e demonstrar, na atuação cotidiana, a volta dessa legitimidade."
Lava Jato
O senador chegou a ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato, após o agente da Polícia Federal Jayme Alves Oliveira Filho, que também era entregador de malas do doleiro Alberto Yousseff, dizer que, em 2010, entregou R$ 1 milhão a uma pessoa que se parecia com o senador em Belo Horizonte. Em depoimento, o doleiro negou ter enviado dinheiro a Anastasia. A pedido da Procuradoria Geral da República, o Supremo Tribunal Federal arquivou o inquérito por falta de indícios.
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"Fui vítima de uma armação política, de uma injustiça, de uma infâmia de tamanho absurdo. Felizmente, assim entendeu o procurador-geral, pediu o arquivamento e o Supremo já arquivou, mas é óbvio que eu sofri muito pela injustiça. Tenho 30 anos de serviço público e não há, contra mim, um só processo", ressaltou.
Azeredo
Sobre a condenação do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB), a 20 anos e 10 meses de prisão pelo mensalão tucano, Anastasia limitou-se a dizer que haverá recurso, já que o processo correu em primeira instância, e que "todos conhecem a trajetória dele em Minas Gerais, a sua origem, a sua dedicação".
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Finanças de Minas
Anastasia declarou que, diferente do que o governador mineiro Fernando Pimentel (PT) disse ao assumir o Palácio Tiradentes, a administração do estado foi entregue "no azul". "O estado, como todos os estados, tem as suas dificuldades. Houve uma queda de receita desde 2013, agravada nesse ano, inclusive, mas o estado foi entregue em condições muito boas em 2014", contrapõe.
Eleições
O senador afirmou que não será candidato a prefeito de Belo Horizonte nas eleições do ano que vem, mas que irá trabalhar para que seja eleito um candidato apoiado pelo grupo do atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), e também pelo PSDB.
"Existem vários nomes que estão sendo falados. O do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o João Vitor Xavier é um nome muito bom pelo PSDB, o deputado João Leite também é falado pelo PSDB, o próprio Josué Alencar pelo PSB, o vice-prefeito Délio Malheiros (PV). São muitos nomes que podem ter a convergência, só que isso só vai se definir após o carnaval", explicou.
Confira a entrevista completa com Antonio Anastasia, concedida ao apresentador Eduardo Costa, no programa "Chamada Geral"

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