O deputado
federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), que é da ala do partido que faz
oposição ao governo no Congresso Nacional, deve ser o novo líder do PMDB
na Câmara dos Deputados. Em entrevista à rádio CBN, ele já falou como
líder, e disse ter a assinatura de 35 deputados do partido, que tem 66
parlamentares na Câmara. Se for ratificado na vaga, Quintão ocupará o
lugar de Leonardo Picciani (PMDB-RJ), tido como governista e aliado de
Dilma Rousseff (PT). No entanto, a troca de líderes ainda não foi
oficializada.
Na manhã desta
quarta-feira (9), o grupo do PMDB que prefere Quintão a Picciani
protocolou pedido para tirá-lo da liderança do partido. O estopim para a
mudança foi a lista de nomes do PMDB que Picciani apresentou para
compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. As vagas são disputadas por integrantes do
partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre
anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.
Insatisfeitos com as
indicações, uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir um
compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes
(quatro) fossem escolhidos entre parlamentares favoráveis ao processo e a
outra metade entre mais aliados ao governo. De acordo com o
grupo, Picciani "atropelou" a bancada e fechou uma lista que foi
construída com o Planalto.
Ontem, parte do PMDB se
uniu, publicamente, à oposição na composição de uma chapa alternativa,
que acabou vencendo a tumultuada eleição para compor a comissão. Em
plenário, a chapa 2, intitulada Unindo o Brasil, venceu por 272 votos
contra 199.
O PCdoB recorreu ao
Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição, que resultou na vitória
da chapa formada pela oposição e dissidentes da base governista. O
ministro do tribunal Edson Fachin concedeu liminar para suspender o
processo de impeachment na Câmara. O partido também questionou a votação
que foi secreta alegando que a Câmara está descumprindo regras
previstas na Constituição. Segundo o PCdoB, a composição do colegiado
especial teria que ser feita por indicação de líderes e escolhida por
voto aberto.
Com Agência Brasil
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