quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Temer dá mais um passo e distancia PMDB de Dilma


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br


10/12/2015

Dois dias depois que enviou carta de desabafo à presidente Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, provocou a destituição do líder do partido na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), aliado do governo petista, e colocou em seu lugar o mineiro Leonardo Quintão, de seu grupo político. Precedida do afastamento de Temer, da demissão do ministro da Aviação Civil, Elizeu Padilha, e da divulgação de sua carta, a medida foi mais um passo que aumenta, gradualmente, o distanciamento do PMDB do governo. A bancada tem 67 votos, e é a maior da Casa.

Se não consegue ter a seu lado todo o PMDB, partido tradicionalmente rachado, o vice enfraqueceu, pelo menos, a ala favorável à presidente no mesmo dia em que iria se encontrar com ela, numa tentativa de normalizar as relações de parceria e de aliança.

Em toda a sua história, o PMDB sempre foi legenda dividida. Quando foi governo, na gestão de José Sarney (1985-1989), dividia-se em autênticos e moderados; hoje, a divisão é entre governistas e oposicionistas. Como deu sinais de que se afastou do governo, Temer articula para reduzir os governistas e engrossar a corrente do impeachment. Se ainda não é maioria, já tem pelo menos o líder do partido.

O ex-líder, além de próximo a Dilma, havia indicado dois ministros na reforma ministerial (Celso Pansera, Ciência e Tecnologia, e Marcelo Castro, na Saúde). Caiu depois que indicou somente aliados do governo na Comissão Especial do Impeachment.

A divulgação da carta tirou o vice da sombra; deixou de ser coadjuvante e está assumindo posições com influência no processo. O governo atribuiu, por exemplo, a derrota na votação da Comissão Especial à atuação do vice. O clima negativo piorou após o vazamento da carta escrita. Tanto é que deputados elegeram para essa comissão, na terça-feira (8), a chapa organizada por partidos da oposição e dissidentes do PMDB.

Lamac também deixa o PT

Depois do deputado federal Weliton Prado, nessa quarta foi a vez do estadual Paulo Lamac desfiliar-se do partido por razão diversa. Prado filiou-se ao Partido da Mulher Brasileira por insatisfação com o PT, onde estava ameaçado de expulsão por não seguir a orientação partidária em votações, como a limitação de benefícios trabalhistas e previdenciários do pacote fiscal do governo.

Lamac disse que deixa o PT em favor de outro partido, a Rede Sustentabilidade, criado pela ex-ministra Marina Silva. O que mais atraiu o deputado estadual foi a possibilidade de criar uma nova política, uma terceira via, desencantado que estava com a polarização entre PT e o PSDB que impede o debate político em outro nível.

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