sexta-feira, 18 de março de 2016

Bancada mineira contra Dilma

Impeachment

Oito novos deputados agora são a favor da saída, somando 24 no total; 11 são contra

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Mudança. Ministro da Aviação, Mauro Lopes (PMDB), agora diz que não há indícios contra Dilma
PUBLICADO EM 18/03/16 - 03h00
Mesmo após a instalação da comissão especial na Câmara dos Deputados que analisará se há indícios para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a bancada mineira ainda não garantiu os votos necessários para cassar o mandato da petista. A tendência, no entanto, caminha para a decisão de afastar Dilma do cargo, já que houve um aumento de votos favoráveis à abertura do processo.

O processo de impeachment será aberto se dois terços – 342 dos 513 deputados federais – votarem a favor. Proporcionalmente, dos 53 deputados federais mineiros, 36 precisam ser favoráveis ao impedimento. Hoje, 24 se posicionaram pela cassação. Em dezembro, quando O TEMPO realizou a última consulta, 16 deputados apoiavam o impeachment. A maior movimentação nos últimos três meses ocorreu entre parlamentares sem definição de voto e os que não responderam quando procurados.

Na enquete anterior, havia um empate entre os favoráveis e os indecisos, com 16 votos cada um. Doze deputados não responderam e nove eram contra o impedimento da chefe do Executivo. No mais recente levantamento, além dos 24 apoiadores do impeachment, sete ainda se mostram indecisos, 11 não responderam ou omitiram sua posição, e 11 parlamentares se decidiram contrários ao processo.

Posições. O deputado Lincoln Portela (PR), que em dezembro estava indeciso, agora defende a retirada não só de Dilma, mas do vice Michel Temer (PMDB). E vai além: “sou favorável à convocação de novas eleições, coincidindo com as eleições municipais. Meu sentimento é completo: uma renúncia coletiva de todos”, desabafou.

A lealdade à presidente Dilma continua sendo dos petistas, além de Jô Morais e Wadson Ribeiro, ambos do PCdoB. Indeciso em dezembro, Mauro Lopes (PMDB) agora se coloca contra o impeachment, alegando não haver indícios legais contra Dilma.

A reportagem de O TEMPO passou os últimos três dias buscando o posicionamento de políticos da bancada mineira. “Tenho posição, mas prefiro não responder. Não quero sofrer antecipadamente”, respondeu Mário Heringer (PDT). Outros nove deputados, apesar das tentativas pelos celulares pessoais, gabinete e assessores, não responderam aos contatos.

Aos eleitores dos 18 deputados federais – entre indecisos ou que não responderam –, resta aguardar os trabalhos da comissão especial da Câmara, que tem votação aberta, segundo determinou o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Cabeça feita

Mauro Lopes. 
O peemedebista tomou posse, nesta quinta, na Secretaria de Aviação Civil. O ato foi contra a decisão do partido de não aceitar mais cargo no governo de Dilma Rousseff.

Sete deputados estão indecisos

Diferente da enquete realizada por O TEMPO em dezembro do ano passado, na qual 16 deputados haviam se manifestado como indecisos, agora sete parlamentares mineiros ainda não sabem como vão agir em uma possível votação de abertura de processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff.

O deputado Aelton Freitas (PR), que já havia se mostrado indeciso na enquete anterior, continuou com a mesma postura. Ele afirmou que irá “seguir a posição do partido”. Essa também foi a justificativa de Ademir Camilo (PTN).

Os correligionários do PP Dimas Fabiano e Toninho Pinheiro responderam que irão esperar o veredito da comissão de análise de impeachment. Segundo Pinheiro, o PT não é o único culpado pela corrupção. “Há anos existe isso da Lava Jato, e quem está sendo acusado de roubar o país é só o atual governo. A corrupção é sistêmica. Não adianta tirar só o PT”.

A assessoria de Jaime Martins (PSD), que também só tomará decisão após estudar o parecer do conselho da Câmara, explicou que seria injusto dizer que Martins está indeciso, “já que não há como ele tomar posição sem um parecer da comissão”.

Os peemedebistas Rodrigo Pacheco e Newton Cardoso explicaram que ainda irão analisar o processo.

Mudanças. Após a divulgação dos grampos entre Lula e Dilma, três deputados que haviam respondido à reportagem, na última quarta-feira, que ainda não tinham posição sobre o tema, nesta quinta tomaram um lado. Bilac Pinto (PR) e sua colega de sigla, Brunny, agora se dizem a favor da abertura do processo.

O deputado Wadson Ribeiro (PCdoB), após analisar o parecer sobre o rito do impeachment do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu ser contra a abertura do processo, já que é inexistente o “fato que configure crime de responsabilidade”. 

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