sexta-feira, 4 de março de 2016

Kim Jong-un ameaça com bomba atômica após novas sanções da ONU

04/03/2016 07h25 - Atualizado em 04/03/2016 07h25

'Devemos estar dispostos a utilizar nosso arsenal nuclear', disse.
Nesta semana, ONU aumentou sanções internacionais contra seu regime.

Da France Presse
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou recorrer à bomba atômica em reação à nova resolução do Conselho de Segurança da ONU, que aumenta as sanções internacionais contra seu regime.
Kim Jong-un ameaçou com bomba atômica após novas sanções da ONU (Foto: KCNA/Reuters)Kim Jong-un ameaçou com bomba atômica após novas sanções da ONU (Foto: KCNA/Reuters)
"Devemos estar dispostos a todo momento a utilizar nosso arsenal nuclear", declarou Kim, citado nesta sexta-feira pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
Nesta linha, o regime se comprometeu a fortalecer sua "dissuasão nuclear", enquanto "exercício legítimo de nossos direitos à autodefesa, que se manterá pelo tempo em que a política hostil dos Estados Unidos prosseguir", indicou a chancelaria norte-coreana em um comunicado divulgado nesta sexta-feira por meios de comunicação oficiais.
O dirigente também advertiu que a situação degenerou tanto na península coreana que o país deverá mudar de estratégia militar e cogitar a opção de "ataques preventivos".
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, não demorou para prometer uma resposta severa a qualquer provocação do Norte, e reafirmou a estratégia de Seul de trabalhar pela desnuclearização do regime comunista.
"Devemos fazer a Coreia do Norte entender que seu regime não sobreviverá se não renunciar aos seus programas nucleares", disse a presidente em um discurso transmitido pela televisão.
Ao mesmo tempo, o governo sul-coreano anunciou que começará nesta sexta-feira a falar com os Estados Unidos sobre a mobilização em seu território de um escudo antimísseis, um projeto ao qual a China, principal aliada de Pyongyang, se opõe.
Uma resolução de bandidosSegundo a agência KCNA, o líder norte-coreano fez suas declarações na quinta-feira, enquanto supervisionava os testes de um novo lança-foguetes múltiplo.
O ministério sul-coreano da Defesa indicou que Pyongyang disparou na quinta-feira seis projéteis (mísseis ou foguetes), que caíram no mar do Japão, a entre 100 e 150 km das costas orientais da Coreia do Norte.
Em uma nova advertência ao seu vizinho do Sul, Kim afirmou que o novo lança-foguetes será mobilizado rapidamente, assim como novas armas colocadas a disposição recentemente.
Estes testes ocorreram horas após o Conselho de Segurança da ONU adotar uma resolução que endurece as sanções contra o regime comunista e aumenta consideravelmente a pressão econômica contra ele.
A chancelaria norte-coreana criticou nesta sexta-feira o texto, considerado "ilegal" e "injusto".
Em virtude desta resolução que, segundo Kim, é "digna de bandidos", os países membros da ONU terão que inspecionar nos portos e aeroportos todas as mercadorias procedentes e destinadas à Coreia do Norte.
A resolução também proíbe as exportações de carvão, ferro e minério de ferro. Pyongyang não poderá vender ouro, titânio nem minerais raros utilizados na alta tecnologia, nem poderá buscar combustível para a aviação e os foguetes.
Para Kim, esta resolução prevê "uma fase muito perigosa", a poucos dias do início dos exercícios militares anuais conjuntos entre Seul e Washington.
A eficácia da resolução dependerá em boa medida do zelo com o qual a China, único aliado de peso da Coreia do Norte, aplicará suas disposições.
A atitude de Pequim, por sua vez, dependerá do resultado das negociações entre Seul e Washington sobre a eventual mobilização do escudo antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defence System), que a China não quer ter tão perto de seu território.
A Coreia do Sul declarou nesta sexta-feira que as primeiras negociações com os funcionários norte-americanos versarão sobre os possíveis locais de mobilização deste escudo, a questão do custo e o calendário de instalação.
A China teme uma queda repentina do regime norte-coreano, que se traduza em uma chegada em massa de refugiados a sua fronteira. E, assim como Moscou, também não deseja encontrar um dia uma Coreia unificada sob influência americana.

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