quinta-feira, 17 de março de 2016

Novo ministro da Justiça repete ataques do Planalto a Moro

Eugênio Aragão afirmou que juiz federal cometeu 'crime' ao dar publicidade a gravações em que a presidente foi interceptada

Por: João Pedroso de Campos, de Brasília - Atualizado em
Eugênio Aragão, novo procurador eleitoral
Eugênio Aragão(TSE/VEJA)
Repetindo o discurso de militante do Partido dos Trabalhadores proferido pela presidente Dilma Rousseff ao empossar nesta manhã Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da Casa Civil, o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, a quem está subordinada a Polícia Federal, criticou o juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações resultantes da Lava Jato em Curitiba. Aragão afirmou que as circunstâncias "sugerem ilegalidade" no grampo telefônico em que a presidente Dilma Rousseff aparece atuando para impedir a prisão do ex-presidente Lula
"Não cabia ao juiz de primeira instância nem sequer aquilatar o valor daquela prova, nem muito menos dar-lhes publicidade. O meretissimo juiz deveria ter fechado os autos e enviado ao STF, não o fez", disse Aragão, referindo-se ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da lava jato em primeira instância em Curitiba.
Nas interceptações telefônicas, Dilma orienta Lula a apresentar um termo de posse na Casa Civil "em caso de necessidade", ou seja, a garantia de foro privilegiado caso Moro expedisse mandado de prisão contra o ex-presidente. Para Aragão, a publicidade dos áudios dos grampos em que Dilma foi flagrada "qualifica crime".
Em meio a pressões de setores do governo pelo controle das investigações da Operação Lava Jato e a divulgação do conteúdo dos grampos, o novo ministro da Justiça usou seu discurso de posse para mandar um recado a Moro. Aragão afirmou que "não existe ninguém nesse país com o monopólio da legalidade, da salvação da pátria".

Nenhum comentário: