"Alteri ne facias quod tibi fieri non vis"
Não faças aos outros o que não queres que te façam
terça-feira, 28 de junho de 2016
Juiz mantém prisão de Paulo Bernardo e demais investigados na Custo Brasil
Decisão
foi tomada após a oitiva de Guilherme Gonçalves, que seria o operador
do ex-ministro no esquema que desviou cerca de R$ 100 mi de contrato do
Ministério do Planejamento
- Atualizado em
Alvo
da Operação Custo Brasil, o advogado Guilherme Gonçalves, que foi preso
ontem após voltar de uma viagem a Portugal, foi ouvido na tarde desta
segunda-feira na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. A oitiva de
Gonçalves pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo começou às 14h30 e
terminou por volta das 15h30. Depois da audiência do advogado, o juiz
decidiu manter presas todas as pessoas detidas na operação, incluindo o
ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff Paulo Bernardo, o ex-secretário de Gestão do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) Valter Correia e o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, que se entregou à Justiça na sexta-feira.
"A decisão do juiz da 6ª Vara Criminal foi de que os motivos da
prisão preventiva permanecem", disse o procurador da República Rodrigo
de Grandis. Os dez presos pela Custo Brasil, deflagrada na quinta-feira
passada, são acusados de participação no esquema de corrupção que
desviou cerca de 100 milhões de reais em um contrato de gestão de
empréstimos consignados do Ministério do Planejamento durante a gestão
de "PB", como Bernardo é conhecido, entre 2005 e 2011.
Segundo o procurador, os presos continuarão detidos na sede da
Superintendência da Polícia Federal na Lapa, Zona Oeste de São Paulo,
onde deverão ser ouvidos até o fim desta semana. De Grandis acrescentou
que o Ministério Público tem "vários elementos" para acusar os
investigados. "Não só colaborações premiadas, mas elementos documentais,
provas técnicas e e-mails", afirmou.
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O ex-vereador do PT Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, foi o delator do esquema implantado na pasta para rechear os bolsos de Paulo Bernardo e irrigar o caixa dois de campanhas petistas,
como as da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ex-ministro.
Chambinho listou em seus depoimentos de colaboração à Justiça como
petistas das mais diversas matizes embolsaram dinheiro e receberam
benesses a partir de favores políticos e desvio de recursos em estatais. LEIA MAIS: 'PB': o petista 'boa gente' que comandava a propina Como o esquema de 'PB' abastecia o caixa dois do PT
Após a audiência de Gonçalves, seu advogado, Rodrigo Sánchez Rios,
disse que seu cliente sempre agiu de forma transparente e que hoje falou
ao juiz "sobre a origem dos contratos e os trabalhos que ele prestou
para a Consist durante cinco anos". A Consist é a empresa apontada como
responsável pela gestão fraudulenta do esquema de crédito consignado
montado no Ministério do Planejamento. "Em nenhum momento, pela perícia
que apresentamos, há uma retirada de dinheiro vultoso do escritório
destinado a algum servidor público", disse Rios.
O advogado de Guilherme Gonçalves informou que amanhã deverá
apresentar ao juiz um pedido de soltura junto de contratos entre o
escritório de Gonçalves e a Consist. "A defesa insiste que isso [a
prisão] é desproporcional e desnecessário. Não há nenhum dado que prove
que, eventualmente, esse valor recebido por um advogado tenha sido
repassado para um servidor público." (com Agência Brasil)
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