O surto de febre amarela em Minas fez o governo do Estado anunciar o investimento de R$ 26 milhões para ações de enfrentamento à doença nas regiões de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, Governador Valadares e Manhumirim, no Leste do Estado, e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, onde estão concentrados os casos. De acordo com o governador Fernando Pimentel, que participou na sexta-feira (13) de um seminário sobre a febre amarela em Teófilo Otoni, o combate à doença é a prioridade número um do Estado.

“Se nós precisarmos deslocar equipes para a zona rural vamos usar todos os recursos disponíveis, a Polícia Militar está alinhada conosco, o Corpo de Bombeiros está alinhado conosco, a Defesa Civil também, se precisar requisitar um carro, um caminhão, pode requisitar. Então, os prefeitos agora têm prioridade máxima de atendimento por parte do governo do Estado para essa questão”, afirmou.

Já foram notificados 133 casos suspeitos, sendo 38 óbitos. Ladainha, Caratinga, Imbé de Minas e Piedade de Caratinga são as cidades em situação mais crítica.

A Polícia Militar colocou à disposição 12 técnicos de enfermagem para auxiliar no trabalho de vacinação da população, sendo quatro para a região de Caratinga e oito para Teófilo Otoni. Além disso, a corporação ofereceu cinco veículos do Batalhão de Meio Ambiente e Trânsito que já atuam na região para as equipes das secretarias estadual e municipais de saúde transportarem as vacinas.

Apesar do rápido aumento do número de casos suspeitos de febre amarela, Pimentel acredita que não há motivo para pânico. 

“É uma situação grave, é uma situação séria, mas não é um alarme geral ainda. Nós temos vacina suficientes para toda população nas regiões afetadas. Então, tomando essas providências, com tudo que já foi feito até agora, e com o que nós estamos fazendo, eu tenho certeza que nós vamos vencer esse momento de dificuldade”, argumentou.

O governo do Estado estima que precisa distribuir vacina para 1,7 milhão de pessoas das regiões afetadas. Quase 500 mil doses já foram encaminhadas pelo Ministério da Saúde que, ao todo, vai destinar para Minas pouco mais de um milhão de doses. O Estado ainda tem em estoque 193 mil vacinas contra a febre amarela.

Agilidade

Para facilitar o combate à doença no Estado, foi decretada ontem situação de emergência em saúde pública para 152 cidades que ficam na área afetada, sendo que em 24 já foram registrados casos suspeitos ou prováveis. O decreto possibilita que, entre outras coisas, a possibilidade de que seja feita a aquisição pública de materiais e a contratação de pessoal e serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial sem a necessidade de realizar licitação.

Neste fim de semana, as cidades devem realizar um mutirão de vacinação para evitar a proliferação do vírus. “Tem fila em frente ao posto de saúde, e ainda tem vacina para ser aplicada, não vamos parar no horário normal não, vamos continuar. Se precisar avançar um pouquinho depois das seis, sete, oito da noite, vamos avançar. Vamos abrir o posto de saúde no fim de semana, vamos garantir com as equipes que, se tiver vacina no estoque, e tem, então vamos trabalhar dobrado porque a vacina é que vai garantir a proteção ao cidadão mineiro”, ressaltou o governador Fernando Pimentel.

Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.

Leia também:
Pimentel libera R$ 26 milhões para combate à febre amarela; mortes suspeitas chegam a 38
Limpeza no entorno e telas no hospital onde estão os doentes