terça-feira, 20 de março de 2012

Corrupção na Polícia Civil é investigada em Fabriciano

Acusação das supostas irregularidades foram feitas pelo delegado aposentado e presidente da Câmara de Coronel Fabriciano, Francisco Lemos


LEONARDO MORAIS
delegado João Xingó
Em coletiva realizada ontem, delegado João Xingó informou que vai se afastar do cargo
CORONEL FABRICIANO – Uma força-tarefa investiga denúncias de corrupção na Polícia Civil (PC) do Vale do Aço. A acusação das supostas irregularidades foram feitas pelo delegado aposentado e presidente da Câmara de Coronel Fabriciano, Francisco Lemos. Segundo ele, o atual delegado regional, João Xingó de Oliveira, lidera um esquema para arrecadação de dinheiro, principalmente de traficantes, e também estaria envolvido com outros crimes. Os bandidos pagariam para serem soltos sem que os inquéritos fossem instaurados.
A Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público (MP) apuram o caso. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) quer a intervenção na PC e o afastamento de Xingó para que as apurações sejam feitas. Em coletiva na tarde de ontem, o delegado Xingó informou que pediu o seu afastamento do cargo, o que deve acontecer nos próximos dias.
“O caso é grave. E eu não seria leviano de fazer uma afirmação dessas sem provas e se tudo não estivesse bem fundamentado e documentado”, afirma Francisco Lemos, que se aposentou com 30 anos de serviço e está em seu segundo mandato de vereador. Conforme o parlamentar, o esquema de corrupção nas delegacias do Vale do Aço também envolveria outros delegados e detetives.
As provas que ele teria juntado foram entregues à Corregedoria e ao MP. O grupo é coordenado pelo promotor César Augusto dos Santos, que responde pela Vara de Execução Penal, Direitos Humanos e Fiscalização Externa das Atividades Policiais em Ipatinga.
Lemos lembrou que a região do Vale do Aço enfrenta altos índices de criminalidade, desde 2010. No ano passado, só em Fabriciano, os crimes cresceram 84%, com quase 50 homicídios. Segundo ele, delegados e detetives subordinados a Xingó, distribuídos em pontos estratégicos da região, teriam admitido participação no esquema.
Francisco Lemos conta que tentou conversar com João Xingó, mas disse que o atual delegado teria dito que precisava fazer um “caixa dois” para garantir a sua aposentadoria. “Para mim, policial que age assim é bandido”, acrescentou. Os dois teriam tido uma conversa informal na casa do vereador.


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