Linha de transmissão que aumentaria a segurança do abastecimento na capital não ficará pronta a tempo
Carlos Rhienck
Linha de transmissão: apesar de risco localizado, o sistema nacional tem situação confortável
“Agora não há mais prazo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) terá que pensar como suprir a ausência desta linha”, disse Nascimento. Ele ressaltou que a construção da linha era uma “questão de confiabilidade, para o caso de falhas”. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a linha é “importante e que espera que seja construída”.
A estatal mineira, contudo, não se interessou em disputar a linha de transmissão, embora também na última quarta-feira (6) tenha arrematado, no mesmo leilão, o lote que prevê a construção de uma subestação em São Gotardo, com um lance de R$ 3,7 milhões feito por sua controlada Taesa.
Na avaliação da Aneel, a falta de interesse na linha de transmissão deve-se ao fato de que ela passaria por áreas de mineradoras e com problemas fundiários e ambientais. “Provavelmente, o prazo de realização das obras seja insuficiente para vencer as questões para passagem da linha, apesar de ser uma linha curta, que seria possível construir em um ano”, disse Nascimento. As questões ambientais e fundiárias, no entanto, podem demorar até 30 meses para serem solucionadas. A Cemig informou que não se interessou pelo “mesmo motivo dos demais”.
Para Walter Fróes, dono da CMU Energia, a linha que a Aneel tentou leiloar é importante. “Com ela, teríamos mais conforto na questão de segurança energética, principalmente na transmissão. Mas acredito que tenhamos um sistema robusto”, frisa.
“Se a Aneel colocou a linha em leilão, é porque ela é importante. Com ela, teríamos um nível de segurança maior. Mas o Brasil ainda vive uma situação de conforto energético”, reforça Jorge Trinkenreinch, diretor da PSR Consulting, empresa especializada em consultoria em energia.
Trinkenreinch admite que sua empresa já detectou possíveis problemas de energia em São Paulo, mas a situação mineira ainda não é alarmante. Segundo ele, o consumo de energia no Brasil deve crescer 4,1% ao ano até 2014. “Até 4,6% ainda é um nível seguro”, garante.
Uma fonte do setor energético lembra que o principal problema de Belo Horizonte não é transmissão, e sim, distribuição. “Basta ver o número de vezes que ficamos sem energia sempre que chove”, diz. Segundo essa fonte, os investimentos em distribuição caíram drasticamente em BH nos últimos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário