25/10/2012 16h28
DA REDAÇÃO
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Pedro Bueno, um ex-funcionário da Guarda Municipal de Belo Horizonte
afastado desde a última quinta-feira (18), afirma estar sendo vítima de
perseguição política por parte da prefeitura e da direção da Guarda. O
caso tem ganhado repercussão nas redes sociais, onde Pedro, indignado, posta quase diariamente reportagens e textos críticos à cúpula da Guarda Municipal.
Desde maio de 2006, quando foi aprovado no concurso para a Guarda
Municipal de Belo Horizonte, Pedro se indispôs contra pessoas e
entidades importantes. Ele, que é também líder sindical, foi autor de
acusações que apontaram supostas irregularidades no mando da Guarda
Municipal, como o nepotismo e o tráfico de influência. Também
questiounou a relação entre a Guarda e a fundação Guimarães Rosa, que,
segundo ele, prestava serviços sem licitação para o órgão municipal. Na
opinião de Pedro, foi essa sua postura contestatória que lhe rendeu, na
semana passada, a exoneração de seu cargo público.
Até poucos dias, Pedro estava afastado de suas obrigações para
dedicar-se à campanha política. Candidato a vereador, recebeu 3.500
votos, número insuficiente para levá-lo à Câmara. De volta a seu cargo
na Guarda Municipal, Pedro sofreu “anulação da posse”,
o que nos termos da prefeitura corresponde a uma demissão. Enquanto a
Guarda justifica a anulação devido a processos administrativos pelos
quais Pedro respondia, ele vê na demissão uma clara expressão de
perseguição política. Em sua opinião isso aconteceu porque, além de
criticar a chefia da Guarda Municipal, ele se recusou a participar da
campanha de reeleição de Marcio Lacerda. Antes de Pedro, outros três
diretores do Sindiguardas, o Sindicato dos Guardas Municipais do Estado
de Minas Gerais, também foram afastados de seus cargos: Anderson Acácio,
Wellington Nunes Cesário e Renato Rodrigues.
“Completamente descabida e desproporcional” é como Roger Victor,
assessor da Guarda Municipal, define a teoria de Pedro Bueno sobre as
demissões. Ele lembrou o histórico de Pedro, envolto em processos
administrativos, para caracterizar como “falaciosas e desrespeitosas” as
afirmações do ex-guarda. Pedro foi, entre outros, processado por “se
apropriar das chaves de uma viatura para interromper o trânsito na
avenida dos Andradas”, “tentativa de invasão da Câmara Municipal” e
“incitar integrantes da guarda a atos de indisciplina e insubordinação
ao comando”. Já Renato Rodrigues, colega de Pedro no sindicato, foi
recentemente afastado por desídio – o que no vocabulário da Guarda
significa mau comportamento, ausência e/ou faltas injustificadas. Para
Roger Victor, não há relação alguma entre os processos e a convivência
pouco amistosa que Pedro e seus colegas mantinham com a chefia da
Guarda.
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