domingo, 31 de março de 2013

As muitas caras da sucessão em Minas Gerais

Com maior ou menor entusiasmo, pelo menos seis nomes da política mineira já estão com um pé na estrada para a longa corrida que vai definir o sucessor do governador Antonio Anastasia

Bertha Maakaroun- Estado de Minas
Publicação: 31/03/2013 06:00 Atualização: 31/03/2013 07:50

 (EM/DA Press)

Os primeiros lances foram dados. O PMDB de Minas anunciou o que nos bastidores já era sabido. A presença do deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG) na Esplanada dos Ministérios, mais especificamente na Agricultura, Pecuária e Abastecimento, consolida o apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT). No estado, entretanto, a legenda diz que terá candidatura própria ao governo de Minas e já sabe o nome: o do senador Clésio Andrade. Se realmente será, é outra história. Pelo momento, é o primeiro passe do PMDB em Minas. Os petistas também estão em campanha . Estimulado a concorrer pela presidente, o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), intensificou os movimentos nos últimos dias: além de ter se tornado principal estrela da propaganda partidária do PT no estado, começou a percorrer cidades importantes do interior: Juiz de Fora, Montes Claros.
No campo da influência tucana no estado, as movimentações também ficam mais explicitas. O vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) confirmou a pré-candidatura na semana passada, endossada pelo senador Ciro Nogueira (PI), que irá comandar o PP nacional. No próprio PSDB, despontam outros pré-candidatos: o deputado federal e presidente estadual do partido, Marcus Pestana, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, e o deputado federal e secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues. A hipótese de eventual candidatura de Andréa Neves só se consolidaria se o irmão e senador não disputasse no ano que vem o Palácio do Planalto.
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) seria outra opção do grupo tucano que o apoiou na disputa à Prefeitura de Belo Horizonte no ano passado. Mas Lacerda também é pressionado, no plano nacional, pela direção de seu partido, interessada em garantir em Minas um palanque ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que tece caminho para concorrer à Presidência. Lacerda resiste. “Este é um assunto que não frequenta as minhas preocupações. Quero fazer quatro anos, consolidar um modelo de gestão com foco em indicadores sub-regionais da cidade”, desconversa. Recentemente, o prefeito da capital desmarcou encontro com Eduardo Campos em Brasília. Motivo: a agenda local. Pelo momento a questão não parece estar na pauta de Lacerda.
Entre as jogadas iniciais das pré-candidaturas colocadas, uma é certa e já é apontada por tucanos como aquela em relação à qual se dará o principal enfrentamento político. Fernando Pimentel aportará com a missão presidencial de construir um sólido palanque, a partir do qual Dilma Rousseff debaterá com o adversário tucano Aécio Neves, provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Dois mineiros na disputa presidencial voltariam, assim, a se bater numa briga regional de contorno nacional.
Há três mandatos governando Minas, o grupo político do senador mineiro quer, mais do que tudo, manter o território. O principal eixo retórico da campanha regional será “continuidade com avanços, com inovações”. E muito do material coletado para a campanha nacional do PSDB partirá dos dois primeiros mandatos de Aécio no governo estadual e no governo Anastasia. Se para Aécio eleger o governador de Minas é vital ao seu projeto político nacional – já que 2014 se anuncia como uma campanha presidencial que sobretudo mira 2018 – também para Dilma Rousseff e o PT tentar arrancar o estado dos tucanos é prioridade. Daí que o slogan da campanha petista vai na linha: “Muito mais é possível”.
A eventual disputa entre Aécio e Dilma é carregada de simbologia. Ambos são nascidos na terra do pão de queijo, segundo colégio eleitoral do país, embora não faltem acusações mútuas ou de que fiquem pouco no estado ou de que, muito especificamente dirigida a Dilma, não o priorize em seu governo. Em busca do tempo perdido, a presidente petista aumentou com Antônio Andrade para dois a cota de mineiros em seu primeiro escalão, e agora estuda como atrair o PSD mineiro e, ao mesmo tempo a Minas, entregando postos importantes da pasta de Transportes. A este ministério Minas Gerais apresenta os seus principais pleitos: soluções para a decrépita infraestrutura viária.

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