Entrevista
“O cidadão tem o direito legítimo de se defender”
PUBLICADO EM 03/11/15 - 04h00
O deputado Laudívio Carvalho conseguiu aprovar na Câmara, há uma semana, seu substitutivo ao
Estatuto do Desarmamento. A O TEMPO, ele defende a suposta contribuição desta nova lei à sociedade.
Estatuto do Desarmamento. A O TEMPO, ele defende a suposta contribuição desta nova lei à sociedade.
A Câmara dos Deputados realiza hoje a votação dos destaques – propostas
de mudanças no texto – do Estatuto de Controle de Armas de Fogo, texto
substitutivo ao Projeto de Lei 3722, de 2012, e altera o Estatuto do
Desarmamento, aprovado em 2003.
Em entrevista exclusiva à reportagem de O TEMPO, o deputado Laudívio Carvalho (PMDB), autor do relatório, expôs o raciocínio que o justificaria. O deputado aposta na hipótese de que se os ladrões ficarem incertos sobre a presença ou não de uma arma na casa, desistem do assalto.
Alegando querer devolver ao povo o direito de possuir uma arma, o deputado frisa, ainda, que não pretende aumentar, com isso, a sensação de segurança. Seu desejo é somente garantir que o cidadão possa escolher possuir ou não uma arma – ferramenta responsável por 70% das mortes no país, segundo a ONU. A seguir, trazemos os trechos da entrevista.
Qual estratégia o senhor pretende usar para aprovar o PL que altera o Estatuto do Desarmamento, lei elaborada com grande envolvimento da sociedade?
Em entrevista exclusiva à reportagem de O TEMPO, o deputado Laudívio Carvalho (PMDB), autor do relatório, expôs o raciocínio que o justificaria. O deputado aposta na hipótese de que se os ladrões ficarem incertos sobre a presença ou não de uma arma na casa, desistem do assalto.
Alegando querer devolver ao povo o direito de possuir uma arma, o deputado frisa, ainda, que não pretende aumentar, com isso, a sensação de segurança. Seu desejo é somente garantir que o cidadão possa escolher possuir ou não uma arma – ferramenta responsável por 70% das mortes no país, segundo a ONU. A seguir, trazemos os trechos da entrevista.
Qual estratégia o senhor pretende usar para aprovar o PL que altera o Estatuto do Desarmamento, lei elaborada com grande envolvimento da sociedade?
Primeiramente, acho que precisamos corrigir um pouco a história do
Brasil. O Estatuto não foi aceito pelo povo. Tanto que foi feito um
referendo, e o povo disse que não aceitava aquele controle feito pelo
governo. O povo, mais de 50 milhões de pessoas, disse que queria o
direito à defesa. O meu relatório devolve ao cidadão brasileiro o
direito de querer ou não possuir uma arma.
Seu substitutivo tem recebido uma enxurrada de críticas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o atual presidente do Senado, Renan Calheiros, expressaram suas posições contrárias ao PL. Como o senhor vê isso?
Seu substitutivo tem recebido uma enxurrada de críticas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o atual presidente do Senado, Renan Calheiros, expressaram suas posições contrárias ao PL. Como o senhor vê isso?
Renan Calheiros foi um dos responsáveis pelo atual Estatuto do
Desarmamento, então é natural que ele o defenda. Fernando Henrique
Cardoso é um ex-presidente que, se admitir qualquer coisa contrária (ao
Estatuto do Desarmamento), estará admitindo que tudo que ele fez no país
para diminuir a criminalidade no país fracassou.
Esse estatuto conseguiu, segundo o Mapa da Violência, evitar cerca de 160 mil mortes no país entre 2004 e 2014. Diante disso, o seu substitutivo não seria um retrocesso?
Esse estatuto conseguiu, segundo o Mapa da Violência, evitar cerca de 160 mil mortes no país entre 2004 e 2014. Diante disso, o seu substitutivo não seria um retrocesso?
O que esse mapa mostra é um estudo de futurologia. Eu não acredito
nele. Como vamos prever quantas mortes deixaram de acontecer em um
determinado ano? De janeiro a dezembro de 2014, mais de 50 mil
brasileiros foram assassinados por arma de fogo. A maioria desses
assassinatos foi praticada por bandidos. O número de casos em que o
cidadão de bem está praticando o assassinato é muito pequeno.
O senhor acredita que o povo quer se proteger com armas de fogo, ou quer segurança pública? São coisas diferentes.
O senhor acredita que o povo quer se proteger com armas de fogo, ou quer segurança pública? São coisas diferentes.
Eu estou atendendo aos anseios do povo brasileiro. A lei é muito clara.
A segurança é um direito de todos e um dever do Estado. Se o cidadão
tem a certeza de que o Estado é incompetente e falido no cumprimento
dessa tarefa, ele tem o direito legítimo de se defender, de defender sua
família e sua propriedade.
De acordo com o seu raciocínio, como a flexibilização do porte de armas de fogo, diminuiria a criminalidade do país?
De acordo com o seu raciocínio, como a flexibilização do porte de armas de fogo, diminuiria a criminalidade do país?
O que estamos querendo é só devolver ao cidadão o direito que lhe foi
arrancado. O cidadão de bem pode, se ele quiser, ter o direito a ter uma
arma de fogo para a sua proteção.
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