Durante reunião com quase 40 sindicatos para anunciar o escalonamento e
o parcelamento do salário do funcionalismo, o secretário de
Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, apresentou uma novidade que
colocou o Estado em rota de colisão com essas entidades para além da
insatisfação da questão salarial. Com o parcelamento dos contracheques –
que começará em fevereiro para quem ganha mais de R$ 3.000 – os
descontos das contribuições sindicais serão realizados no pagamento da
última parcela do vencimento. No caso dos policiais civis, por exemplo,
95% da categoria recebe mais que R$ 3.000, segundo o presidente do
Sindpol, Denílson Martins. Dessa forma, o recolhimento e,
consequentemente, os repasses aos sindicatos serão feitos depois do
quinto dia útil.
Segundo Denílson Martins, líder dos policiais civis no Estado, o atraso vai atrapalhar os compromissos dos sindicatos.
“Há um ônus para os sindicatos. Isso vai inviabilizar muitas entidades.
Temos nossos funcionários e contas para pagar também. Vamos ter que
postergar nossas responsabilidades”, reclamou Martins. O coro foi
endossado por colegas de outros sindicatos.
Segundo ele, o governo acenou que poderá negociar e rever a decisão. A
nova regra também atinge os descontos, por exemplo, de empréstimos
consignados que os servidores possam ter vinculados em suas contas.
Neste caso, segundo Helvécio Magalhães, o servidor não correria o risco
de ter problemas com as instituições financeiras, como cobrança de
juros. “Você retira do servidor quando do crédito e depois que repassa
para o banco. Às vezes, demora dez dias. Já é assim. Não vai mudar
muito”, explicou.
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