Abin confirma autenticidade de mensagem que põe jogos olímpicos no Brasil no alvo do Estado Islâmico. Autoridades mineiras se mobilizam para proteção de delegações
postado em 15/04/2016 06:00 / atualizado em 15/04/2016 08:04
Gustavo Werneck
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Landercy Hemerson - Estado de Minas
Agentes do Batalhão Copa em ação no Mineirão: experiência no Mundial vai ajudar na preparação para os jogos olímpicos deste ano (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press - 24/6/14) |
O terrorismo internacional põe o espírito olímpico na mira e faz disparar um alerta que mobiliza autoridades no Brasil, incluindo as de Minas Gerais, que receberá partidas de futebol durante a Olimpíada e várias delegações internacionais. Ontem, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou a existência de uma ameaça ao país, que partiu do Estado Islâmico. “Brasil, vocês são nosso próximo alvo” – diz mensagem postada, em novembro do ano passado, em um perfil do Twitter de Maxime Hauchard, de 22 anos, segundo a Abin terrorista francês integrante do EI.
O diretor também informou que a probabilidade de o país ser alvo de terroristas foi elevada nos últimos meses, devido aos recentes eventos em países como França e Bélgica, e ao aumento do número de adesões de brasileiros à ideologia do Estado Islâmico. Sallaberry ainda citou ações executadas pela Abin para evitar possíveis ataques, como intercâmbio de informações com serviços estrangeiros, capacitação de profissionais de setores estratégicos e trabalhos com órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência, em especial com os eixos de Segurança Pública e Defesa.
EM MINAS O estado de alerta interessa diretamente às forças de segurança mineiras, já que Belo Horizonte e outros municípios do estado sediarão jogos e abrigarão delegações estrangeiras durante os jogos olímpicos. O estádio do Mineirão, na Pampulha, sediará 10 jogos de futebol, sendo seis masculinos e quatro femininos – embora a abertura ocorra em 5 de agosto, já no dia 3 haverá partidas de futebol feminino na cidade. Além disso, muitas delegações estrangeiras ficarão concentradas em BH, a exemplo da britânica de natação e canoagem, que ficará no Minas Tênis Clube. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ficarão equipes da Bélgica e Irlanda, bem como a de natação da Sérvia, enquanto Juiz de Fora, na Zona da Mata, receberá equipe de atletismo da China e parte da delegação do Canadá. Já em Lagoa Santa, na região metropolitana da capital, vai treinar a equipe de canoagem do Brasil.
O chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar (PM), capitão Flávio Santiago, destaca que a experiência adquirida durante a Copa do Mundo tem servido de base para traçar as ações policiais visando às olimpíadas. Ele não descarta a possibilidade de ataque terrorista. “A PM está trabalhando no planejamento de policiamento ostensivo, segurança das rodovias, entre outros. Estamos em contato com outras organizações, entidades estaduais e federais, para garantir que o evento transcorra com tranquilidade. Já temos a expertise da Copa do Mundo, em que houve demandas semelhantes. Acreditamos que essa expertise seja de fundamental importância para eventos da magnitude das olimpíadas”, ressaltou o capitão.
O comando da 4ª Região Militar do Exército realizou no mês passado fiscalização de explosivos e produtos correlatos, como parte dos preparativos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos – Rio 2016. Também houve palestras sobre terrorismo destinada aos militares do 12º Batalhão de Infantaria, que fica no Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que coordena um comitês de segurança visando aos jogos olímpicos, não se manifestou sobre o assunto.
AGRESSIVIDADE A frase “Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse país de m...” foi postada uma semana depois dos atentados coordenados na França, que deixaram 129 mortos e dezenas de feridos. A conta na rede social do terrorista já foi suspensa. Segundo o diretor de Contraterrorismo da Abin Luiz Alberto Sallaberry, “a partir do momento da postagem, houve maior intensidade nos discursos de agressividade dos autoproclamados seguidores desse grupo terrorista no Brasil”.
Segundo o diretor da Abin, órgão vinculado à Secretaria de Governo da Presidência da República, “Maxime é uma espécie de garoto-propaganda do Estado Islâmico. Saiu de um vilarejo no interior da França para a Síria, aos 18 anos, onde se integrou ao terrorismo. É o segundo na linha de comando de decapitadores e gosta de dizer que estar no grupo ‘é como estar no Éden’”. Maxime aparece em vídeos do Estado Islâmico decapitando sírios.
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