Pela
primeira vez, a
Polícia Rodoviária Federal abre concurso para sua área
administrativa, cujas funções atualmente são exercidas por policiais e
por servidores oriundos de outros órgãos, como o extinto DNER. Serão, no
total, 71 vagas, sendo uma para o cargo de técnico de nível superior
(formação superior em qualquer área), três para técnico em assuntos
educacionais (nível superior em pedagogia) e 67 para agente
administrativo (nível médio). Os candidatos serão avaliados por meio de
provas objetivas, a serem aplicadas em 18 de novembro. E como as provas
de nível médio e superior serão em horários distintos, os candidatos
podem se inscrever para dois cargos.
Segundo Paulo Estrella, da Academia do
Concurso, como a oferta de vagas é pequena, o candidato pode esperar uma
relação candidato/vaga menor do que as registradas em concursos
anteriores. Além disso, afirma o professor, para o cargo de nível médio,
o salário oferecido é menor que os praticados em outros concursos,
devendo atrair um número menor de candidatos:
— Como a concorrência não deve ser muito
grande, esse concurso pode ser uma oportunidade para concurseiros
iniciantes ou aqueles que estão estudando há menos tempo. Normalmente, a
maior dificuldade de ser aprovado em concursos de nível médio é a
quantidade e qualidade da concorrência. Tudo indica que os dois pontos
serão favoráveis, já que nem o número de vagas, nem os salários chamam
muito a atenção.
Concorrência baixa devido ao número limitado de vagas
Estrella ressalta que, para os cargos de
nível superior, o número de vagas será um fator limitante da matrícula,
mais do que no nível médio. Isso faz com que o único inimigo do
candidato seja a própria prova.
— Poucos concurseiros são formados em
pedagogia e muitos desses não se sentirão atraídos mesmo com um salário
que fica próximo ao do analista do Ibama ou mesmo da Finep. Esses já
estão dedicados a outros concursos. As pessoas formadas em pedagogia não
possuem a malícia nem o conhecimento necessário nas disciplinas básicas
da maioria dos concursos. Dessa forma, esse concurso deverá movimentar
um número bem reduzido de candidatos, a maioria sem experiência. Isso
coloca o candidato mais esforçado, ou que já vinha estudando para outras
seleções, em grande vantagem.
Para os cargos de nível superior, a
remuneração é de R$ 2.671,22, podendo chegar a R$ 3.875,72, a depender
da avaliação de desempenho do servidor. Para o cargo de agente
administrativo (nível médio), o salário é de R$ 2.364,47, podendo chegar
a R$ 3.114,17. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.
Segundo o diretor da Academia do
Concurso, este edital pode ser comparado ao do de agente administrativo
da Polícia Federal, que saiu em 2004, já que este será o primeiro
concurso para a área administrativa da PRF. Comparando os dois, a
disciplina de arquivologia não será cobrada nesta seleção, mas o
conteúdo de direito constitucional e administrativo ficaram mais densos e
mais abrangentes. Entrou ética do servidor público, mas foi retirado o
Código de Defesa do Consumidor.
— O que mais preocupa é a matemática
básica e os conhecimentos de estatística. Essas duas disciplinas
assustam mais do que efetivamente dificultam a vida do candidato. Este
provavelmente será mais um fator que reduzirá o volume de concorrentes.
Como estamos falando de um cargo de nível médio, esse conhecimento não
terá grande profundidade, mas demandará energia por parte do candidato
na hora da preparação para as provas.
Foco em português, direito, matemática e lei de trânsito
Os candidatos que vão prestar a prova de
agente administrativo devem focar o estudo em língua portuguesa,
informática, além de ter noções de direito constitucional e
administrativo, afirma Geraldo Neto, professor de Direito Administrativo
do Curso Maxx. O candidato também deve dar uma atenção maior à
matemática, já que a disciplina costuma ser um dos diferenciais em
muitas provas, acrescenta o professor.
Adriana Figueiredo, professora de
Português do Canal dos Concursos, aconselha que, além do português, os
candidatos priorizem legislação de trânsito. Na prova de português, deve
ser dada atenção às conjunções, pontuação, crase, além de interpretação
de texto. Na interpretação, geralmente as questões são mais difíceis e,
por isso, o concurseiro deve focar em assuntos como tipologia textual e
inferências.
— Aconselho o candidato a quando começar
a prova, primeiro resolver questões de gramática, já que elas costumam
ser simples e objetivas, e deixar as questões de interpretação para o
fim. Uma dica importante é que se tenha uma boa gramática especializada
em concursos em casa e, a partir daí, que se estude os principais
tópicos do edital sem se aprofundar muito na teoria — afirma Adriana.
Os professores são unânimes em afirmar
que, como o tempo de estudo é curto, já que a prova está prevista para
novembro, os candidatos devem intensificar os estudos através da
resolução de provas anteriores do Cespe/UnB, a banca escolhida para este
concurso, para fixar melhor o conteúdo abordado no edital.
Diretor do Concurso Virtual e 10º
colocado no concurso para policial rodoviário federal em 2004, Rodrigo
Menezes diz ser imprescindível ler o edital com atenção e estudar com
base no conteúdo programático divulgado, buscando materiais de qualidade
para estudar.
Além das provas objetivas, haverá,
ainda, a fase de investigação social e funcional, sob a responsabilidade
do Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Os interessados em
tentar uma vaga têm até o dia 10 de outubro para se inscreverem no site
do Cespe/UnB. As taxas são de R$ 65 (nível superior) e de R$ 55 (nível
médio).
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